Prártico


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Prártico. Era assim que Joaquim escrevera no cesto de lixo. Se ele pretendia dizer "plástico" ou "prático" não sei. Talvez houve uma confusão entre os dois termos e misturou tudo. Quem sabe, não foi proposital?
  Dizem que o objetivo da fala é a comunicação. E se um conjunto de signos transmitem a ideia desejada, então ele está cumprindo seu papel, ainda que esteja fora dos padrões formais da norma culta da língua.
  Desse conceito, poderíamos deduzir que as gírias, sotaques e dialetos não estão "errados". Só não seguem um modelo padronizado e aceito pela maioria ou pelo menos pelos que tem a escola de aceitar ou não.
  Alguns reclamam da rigorosidade das exigências gramaticais. No fundo, elas são necessárias. São como o esqueleto do idioma e ajudam a preservá-lo. Ele continuaria existindo sem ela? Creio que sim. Mas, com a gramática, a informação fica mais acessível e compreensível a um número maior de pessoas.
  Sem os padrões da linguagem, poderíamos nos desviar tanto do idioma original que em algum tempo as diferentes regiões poderiam ter sua própria língua. Foi assim que se criaram os diversos idiomas.
  Entretanto, alguns levam a sério demais os padrões e são extremamente rígidos quanto a obediência deles. As pequenas variações em relação a esse eixo central não são de todo mal. Pelo contrário, criam diversidade e até geram mudanças agradáveis para a língua. Dão vida a ela ou ares novos.
  De início, achei ridículo a palavra escrita erroneamente segundo a norma culta. Mas, entendi o sentido e coloquei o copo de plástico que em minhas mãos estavam no local correto. 


Alexandre Valério Ferreira

 

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