Caldo de Cana e Pastel

Caldo de Cana e pastel. Foto: http://aldeiatem.com/blog/wp-content/uploads/2012/11/4298127459_971eea2f17_z.jpg

De Alexandre Valério Ferreira

  O centro da cidade fervilhava. Gente indo e vindo de e para todos os lugares possíveis. Apertada entre duas lojas de roupa, uma conhecida lanchonete realizava seu trabalho diário, alimentando os mais diverso transeuntes.

   Um conjunto de engrenagens triturava o colmo da cana-de-açúcar. Dessa forma, era extraído um líquido verde de aroma agradável e gosto doce. Antes de ser consumido, era filtrado. Por fim, preenchia as vasilhas de metal. 

  A partir daí, o atendente começava a distribuir a bebida verde para os clientes. Uma espuma parecida com a de refrigerante cobria a parte superior do copo. Cubos de gelo caiam e começavam a esfriar ao néctar precioso.

  Evidentemente, o caldo de cana não vinha sozinho. Era casado com um bom pastel. A combinação era clássica. Dificilmente você tem problemas de achar uma cidade sem uma lanchonete oferecendo essa dupla.

  Há algo de único na soma do pastel com o caldo de cana. Talvez seja a mistura do doce da cana com o salgado da massa. A crocância e a refrescância. Contrastes maravilhosos que se combinam em uma dança de sabores.

  Caldo de cana e pastel é barato, em geral. E, dificilmente, não é gostoso. Precisa-se de pouco esforço para agradar nosso paladares. Claro que um pouco de criatividade culinária pode tornar o aperitivo ainda mais delicioso. Tem sempre o que melhorar.

  Talvez o caldo de cana e pastel seja uma nostalgia. Afinal, quase em todos os centros urbanos possui um local que os venda. Quem sabe não sirva de lembrança para os viajantes? Relembrar é viver. 

  Sempre que possível, gosto de relembrar os velhos tempos de infância. O doce gole do caldo dá um pouco de açúcar e refrescância para os dias calorentos e distantes. Mas, não importa a quentura, um pastel sempre é bem vindo. Sempre peço de misto, mas, evidentemente, isso é meio que um jogo de azar. Nunca sabemos o que realmente vai vir dentro.

  Não importa. Gosto de qualquer jeito. Reclamo inutilmente com o vendedor de vez em quando nos dias que existe mais ar do que recheio no salgado. A bebida esverdeada que acalma os ânimos. Adocica os dias amargos da vida agitada.