Janela do Dirigível

Graf Zeppelin. Foto: http://theoldmotor.com/wp-content/uploads/2011/03/633.jpg
  Quando viajamos de ônibus, temos uma visão bem limitada do relevo ao redor. Apesar de alto, não conseguimos enxergar toda beleza da região onde viajamos. Tem locais bastante bonitos, mas as margens da rodovia estão cercadas de vegetação densa. Agora quando viajamos de avião, poderíamos ter uma visão plena de uma cidade ou área. E realmente é possível, mas as vezes é limitada pelas nuvens e pela velocidade do avião.
  Diferentemente deles, existiam os dirigíveis. Chamados por alguns de aerostatos, os dirigíveis eram uma espécie de balão com um sistema de propulsão similar ao dos antigos aviões. Eles podiam alcançar elevadas velocidades (o dirigível da figura acima podia alcançar mais de 150 km/h), o que era incrível para a época em que foram construídos.
  Eles podiam voar por grandes distancias sem precisar de reabastecimentos. Situação bem diferente dos aviões da época, que não tinha grande autonomia. Muitas vezes, eles sobrevoavam as cidades a baixa altitude. Assim, era possível ter uma visão magnífica da região abaixo. E como ele não atingia velocidades similares aos aviões atuais (800 km/h), era possível aproveitar melhor o cenário.


Foto: http://sp1.fotolog.com/photo/17/62/45/jban/1220963148614_f.jpg
  Um dos mais conhecidos dirigíveis eram os zeppelins. Eram de fabricação alemã. Havia uma rota de Zeppelin que saída da Alemanha e cruzava o oceano rumo ao Brasil. Passava por Recife, São Paulo e ia para Buenos Aires, na Argentina na década de 1930. Era algo simplesmente incrível para a época, onde a maioria das viagens transatlânticas eram feitas por navios, cujas velocidades eram por volta de 20 km/h. Em compensação, os preços eram bem elevados. Apenas gente rica tinham condições de pagar as elevadas passagens.
  A visão nesses magníficos aparelhos devia ser surpreendente. Em especial naquela época, onde a natureza ainda predominava e o mundo era menos poluído  Devia ser uma espécie de navegação em nuvens, ou seja, uma mistura de avião com navio. Eles eram imensos. O Graf Zeppelin possuía 213 metros e era bastante confortável por dentro. Transportava apenas 20 passageiros e 45 tripulantes.

Desastre do Hindenburg. Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikUqVv7B2IJfyMNbFchzfeZEULVMo7HLAtAm6xt74dHQwzXdUOONVMOqVy-xgDmc1iBbd9e05naXymUb5dqlK-_OpHvgKYMK8BCi3JvJcGDgC7BHcs0HfMs-TCD2wlTtAOR5JgXn_BI__R/s1600/Hindenburg+disaster.jpg
  Mas porque não existem mais? Bem, em 6 de maio de 1937, quando o dirigível LZ 129 Hindenburg se preparava para pousar na base naval de , nos Estados Unidos, houve uma grande explosão. O incêndio rapidamente se alastrou pela estrutura. Cerda de 36 pessoas morreram no acidente. Este foi o maior dirigível já construído  com cerca de 245 metros (um pouco menor que o Titanic, com 269 metros). O acidente marcou o fim da era dos dirigíveis.
  Ainda hoje eles são utilizados, mas em escala menor e para diversas aplicações. O risco dos antigos dirigíveis era justamente o fato de utilizar gás inflamável. Qualquer faísca ou incêndio poderia gerar uma explosão catastrófica. O Graf Zeppelin, que veio ao Brasil, nunca sofreu nenhum acidente, mas também foi desmontando e suas peças utilizadas para montar material bélico, durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, deveria ser maravilhoso observar o mundo nas janelas nestes navios flutuantes.




Alexandre Valério Ferreira



REFERÊNCIAS
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/LZ_129_Hindenburg
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/LZ_127_Graf_Zeppelin

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