Anônimo

Anonimo. Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnoTAGOpui14H7qLQhfY02itwCstWiDwlzrxs8qch0PPyvi7JdraCWU039p7cPcwhVmnvAmJroQwuajGkgnucE_JP_JVqVQpfYgkpbeyzu-pVTMaW0gg1tpsNe-KOiPxT8s3SdjA4SsKos/s400/anonimo2.jpg
  Ele era uma pessoa legal. Todos gostavam dele: amigos e familiares. Até mesmo os invejosos tinham que admitir que ele era uma excelente pessoa. Ele sabia lidar com as pessoas. Tinha um jeito especial de se comunicar. Alguns diziam que se ele fosse político, seria presidente. Mas, claro, ele não queria isso. 
  Vivia bem. Era uma pessoa tranquila e tinha várias habilidades. Era excelente pintor, mecânico, piloto de moto, marceneiro  fotógrafo, técnico em informática e muito mais. Além disso, sabia arranhar na gaita.
  Um certo dia, no trabalho, perguntaram se ele tinha conta no Facebook. Ele respondeu que não. Na verdade, ele utilizava mais a internet para o trabalho e pesquisa. Ele possuía emails, mas nunca ficava online. Então, um de seus colegas, impressionado com sua "alienação", disse que ele era uma pessoa esquecida, anônima, desconhecida. Isso o impressionou. Seria verdade?
  O que é alguém anônimo? Basicamente, alguém cujo nome não é conhecido. O nome é nossa marca, nossa referência. Quando alguém lembra de nós, cita nosso nome. O anônimo é alguém desconhecido. Não se sabe o nome e, as vezes, nem mesmo a fisionomia. O anonimato é o estado de manter o nome desconhecido. Às vezes, se refere também a pessoas que são desconhecidas pelo público em geral, ou seja, que não é famoso.
  Afinal, qual a importância da fama, da popularidade? Alguns lutam para serem famosos. Virou moda de alguns tentarem se exibir nas redes sociais. Lutam loucamente por atenção. Querem que seu nome seja conhecido de todos. Mas, para quê? Que isso vai mudar na vida. Que é ser anônimo? Alguém que vive bem e feliz do jeito que é precisa lutar para ser o que não é e tentar agradar a maioria para ser popular. Do que isso serve? Traz alguma felicidade?
  O rapaz que foi chamado de desconhecido ficou se questionando. Afinal, ele não tinha conta na rede social e nem podia informar sobre sua vida pessoal para os desconhecidos e colegas. Ele "só" ligava para os amigos, visitava regularmente alguns e viajava para rever outros. Além disso, gastava tempo estudando e cultivando o jardim. Sem contar o tempo para aprender coisas novas. Bem que poderia estar vendo a vida alheia na internet, aproveitando o mundo virtual que lhe era oferecido. É, parece uma boa troca, não acha?



Alexandre Valério Ferreira




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