Banco da praça


  Perdida no meio da cidade, estava a praça. Era verde, tinha árvores centenárias. Como toda praça que se preze, haviam muitos pombos, pardais. Além disso, haviam os idosos conversando e jogando damas ou xadrez. De vez em quando, alguns faziam caminhada por ela. Parecia um oásis no meio da selva de pedra, um recanto. 
  Mas, algo que acho engraçado e interessante nas praças é sua função social. Ela é um ambiente público, aberto, acessível a todos. Porque se construiam praças? Para embelezar a cidade, para criar um ambiente de interação. Nela, podemos levar a família, amigos, animais (às vezes) sem nenhum custo. 
  Assim, no centro da cidade, havia uma dessas praças. No meio dela havia um lago em forma de coração. Engraçado, não acha? Eu gostava de sentar no banco e olhar a vida. Nas ruas, haviam o movimento frenético de veículos, pessoas estressadas. Será que algum deles param alguma vez para pensar ou refletir? Costumamos esquecer disso e sem querer, já estamos andando sem rumo, seguindo apenas a multidão ou os padrões estabelecidos por alguns interesseiros (a mídia em geral). Já foi dito uma vez: "Penso, logo existo". Então, pessoas que vivem uma rotina existem? Existem, de fato, mas estão vivendo mesmo? Ai é um caso a se PENSAR.
  Com a idade, as pessoas vão dando valor a coisas simples da vida. Por isso, talvez, que os idosos costumem alimentar os animais da praça. É uma sensação muito agradável se sentir útil. Acho que o sentimento de inutilidade é uma das piores coisas que existem, é uma dor difícil de se tirar. Outros aprenderam o valor dos exercícios. Viram a sensação boa que uma atividade física pode proporcionar. Isso é bom. Eu também vou começar a caminhar, mas, não hoje, pois o intervalo do trabalho acabou...


Alexandre Valério Ferreira




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