Lápis ou caneta?

Lápis ou caneta. Fonte: http://www.imagens.usp.br/?attachment_id=10704.

           Uma vez uma colega me perguntou se eu gostava mais de usar lápis ou caneta. Não entendi o motivo da pergunta, mas respondi que gostava de ambos. Segundo ela, gênios gostavam mais de lápis do que de caneta. Não sei se isso é verdade. Mas, fiquei pensando no assunto e em uma possível razão para essa [teórica] preferência pelo lápis.

A caneta


    A caneta é um equipamento de escrita e desenho bastante utilizada atualmente. Seu funcionamento é simples: consiste em uma ponta (luva) com orifício. Internamente há uma pequena esfera que serve como tampa para o reservatório de tinta e, ao mesmo tempo, permite a passagem controlada da tinta para o papel. Esse processo é similar ao dos desodorantes roll-on, que tem uma esfera que permite a passagem do liquido transparente para a pele ao rolar sobre esta e ainda impede que o produto tenha contato com o ar e resseque ("HowStuffWorks - Como funciona uma caneta esferográfica?")
      Quando utilizamos a caneta, não é possível apagar o que foi escrito ou desenhado. Certo que existem corretivos, como tintas brancas ou adesivos, que permitem reutilizar espaço rabiscado.Mas, venhamos e convenhamos, você aplicaria tais corretivos em uma redação de uma prova? Perderia tempo com isso ao ficar realizando cálculos para uma questão de física quântica? E certamente não utilizaria no seu desenho.
      Assim, a caneta possui a inconveniência de não permitir correções. Não, errei, permite sim, mas de forma incompleta. Se a finalidade é que o observado não note seu erro, talvez consiga, mas ainda assim vai chamar a atenção dele para aquela região deformada (fui dramático, não acha?). As canetas são irredutíveis, intolerantes a erros. Além disso, costumam manchar o papel ( e a nossa mão também). É, é provável que desenhistas, matemáticos e músicos não gostem muito das canetas.

O lápis

Lápis. Fonte: http://meiradopt.blogspot.com.br/2011/02/o-lapis.html
     O lápis é um instrumento simples, mas versátil, utilizado para escrever, desenhar e rabiscar (ou para ficar espetando um colega durante a aula). Consiste basicamente em um estilete de grafite revestido de madeira para evitar que a grafite se quebre facilmente. 
   Desenhos, tabelas de matemática ou listras costumam decorar sua lateral. Em geral, utiliza-se um apontador para afiar o estilete de grafite. Alguns lápis possuem uma borracha, que pode facilmente apagar, ou seja, retirar a marca de grafite da folha onde foi escrito.
      Essa última característica me chamou a atenção. Um lápis nos permite aprender com os erros. Quando fazemos um cálculo errado, escrevemos incorretamente ou desenhamos uma linha torta, podemos apagar e tentar novamente até acertar. 
      Com um lápis, um erro não é incorrigível ou o fim de tudo, mas uma etapa do aprimoramento. Se você possui uma borracha, pode facilmente recomeçar e tentar novamente. Imagine se utilizássemos apenas canetas numa prova de cálculo, de eletro magnetismo ou se pudéssemos escrever uma redação em apenas uma folha, sem chances de errar? Seria terrível.
       Thomas Edison, inventor da lâmpada incandescente que mais se popularizou, tentou milhares de materiais até obter um que desse certo. Quando o questionaram sobre essas tentativas frustradas, ele comentou que não errou milhares de vezes, mas que descobriu milhares de maneiras de não se fazer uma lâmpada. 
    Que ele queria dizer? Que os erros eram um aprendizado. É dele a famosa frase: "Gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração". É, talvez por isso que digam que gênios preferem o lápis à caneta.


Alexandre Valério Ferreira     



Comentários

  1. Mto interessante. Eu costumava escrever se lápis, (infelizmente??) de um tempo pras cá adotei a caneta. Diminuí minhas já remotas chances de me tornar gênia? rsrsrs

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  2. Alexandre,

    Muito bom esse pensamento a respeito do uso do lápis e da caneta. Fiquei pensando sobre essa questão de que gênios preferem lápis. Como você mesmo disse, o lápis nos permite o corrigir-se, refazer, tentar novamente e, assim, aprender. Talvez seja por isso eles prefiram o lápis, pois gênio é aquele que se permite aprender com os erros ou, segundo Thomas Edson, com as tentativas. Excelente texto!!!

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    1. Obrigado!
      Eh sim! Algumas pessoas tem a impressão errada de que os grandes inventos, grandes obras e musicas são consequencias de nenhum esforço, que a pessoa nasceu pra isso. Isso existe, mas a maior parte das vezes, envolveu muito esforço, erros e acertos.

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  3. mto massa!! acabei de descobrir q sou metade genia kkkkkkkk. aah amo essa frase de Thomas Edison :D .

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    1. kkkkkk Eh sim! essa frase resume tudo!
      obrigado pelo comentario!

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  4. Olhando deste ponto de vista, concordo plenamente com você, Gustavo Pellez. Não tinha pensado por esse ângulo. Obrigado! :D
    O passado não deve ser descartado, pois ele faz parte da nossa história. Mas precisamos seguir em frente. Neste sentido devemos ser como o lápis, aprender a apagar e não desistir de tentar de novo. As marcas, cicatrizes, do lápis ficam, porém, não impedem de escrevermos uma nova história por cima.

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  5. Eu pessoalmente gosto muito mais de caneta do que de lápis. Para começar, lapis tem um traço muito claro, não me chama a atenção o suficiente na hora de estudar. Além disso, eu lembro de um texto que meu professor de Produção fez um dia que dizia que, uma vez que a caneta é permanente, você precisa pensar melhor no que você registra, uma vez que isso vai ficar marcado. Ele disse que o mundo é feito a caneta, desde tratados que definem a guerra e a paz até a redação que você tem que fazer no ENEM. Eu respeito sua preferência pelo lápis, mas como uma amante incondicional de canetas eu precisava comentar... Hahahhahahahah

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    1. Muito interessante sua pontuação. Nunca pensei dessa forma. Às vezes, eu prefiro caneta também, pelas questões de fixação da cor por você comentadas. Mas também curto muito o lápis, a liberdade para ajustar ou rasurar. Ainda assim, para título de comparação com nossas vidas, é bom saber que podemos reescrever ou prosseguir com nossas vidas, mesmo diante de falhas. Daí a preferência com o lápis. Mas, a caneta tem esse quê especial de ser única. Ou você faz com dedicação ou não dá certo. Só temos uma vida. Obrigado pelo comentário!

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