Janela antiga

Janela. Foto:  
  Sempre que ando pelos bairros antigos, com aqueles casarões que resistem ao tempo e à ganância inescrupulosa das empresas imobiliárias  fico encantado com sua beleza. Mesmo as casas mais humildes parecem ser mais interessantes e elegantes que muitas das moradias atuas. Será que as pessoas desaprenderam o que é o belo?
  Observo diversas mudanças nos estilos das janelas atuais e de antigamente. No passado, as janelas eram enormes e, por isso, conseguiam iluminar o ambiente interno. Isso tinha fundamento, pois a eletricidade era novidade e muitos utilizavam lampiões ou lamparinas. Tinham que aproveitar ao máximo a iluminação natural do sol. 
  As janelas de hoje são bem menores. Se bem que muitos engenheiros estão aplicando as técnicas de construções ambientais, as quais procuram diminuir o consumo na iluminação por também se aproveitar da luz gratuita do sol.
  Notei também que as janelas antigas são mais rebuscadas, possuem mais detalhes. As laterais são mais bem trabalhadas. Até mesmo a mais simples das janelas possuíam algum detalhe para torná-la mais bonita. As folhas das janelas também era bem produzidas, com formas elegantes e rica em detalhes. 
  Até mesmo as grades externas eram melhor produzidas do que as atuais, que são similares às das cadeias públicas. As janelas não eram apenas uma abertura, eram também uma expressão de arte e beleza.
  Infelizmente, devido à carestia e a falta de senso de estética, muitas construções se tornaram em meros caixotes para depósito de seres humanos. As casas são iguais: quadradas, com pouca ventilação, usando materiais baratos e de baixa qualidade. Até mesmo muitos dos prédios desta cidade utilizam as notórias janelas de vidro e alumínio. São baratas, simples e sem graça. Muitos colocam janelas minúsculas. 
  Evidentemente, as pessoas abastadas possuem melhores residências, com mais detalhes e elegância, Porém, no caso da população geral, o senso de estética se perdeu. Não foi só o aumento do custo que tornou as casas urbanas mais sem graça, foi também a perda da criatividade de grande parte das pessoas. Se não, uma falta de interesse em tornar seu lar mais interessante para si e para os outros.



Alexandre Valério Ferreira




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