Neblina na mente


De Alexandre Valério Ferreira


   De repente, só que lentamente, uma densa névoa cobria tudo. Os caminhos, outrora fáceis e seguros, agora requeriam de mim grande atenção. Qualquer deslize poderia ser fatal. Um acidente poderia ocorrer. Ou poderia cair em um penhasco. Era mais um dia frio na serra.
  De vez em quando, parece que uma densa névoa cobre nossa mente também. Ela pode ter diversas origens, mas os efeitos são muito parecidos. Dificultam nossa compreensão da realidade, o que nos leva a situações perigosas.
  Já ficou muito irritado com alguém? Ou talvez tenha sentido muito ciúme ou inveja de uma pessoa. Em tais casos, é fácil que o raciocínio lógico se perca em meio a uma visão turva da realidade. 
  Em tais casos, deveríamos seguir os mesmos conselhos que são dados para quem dirige em estradas com presença de neblina. Primeiro, reduza a velocidade. Como se faz isso na mente? Raciocine de forma mais calma. Não se precipite em falar. Siga um passo por vez.
  Segundo, melhore a sinalização. Em estradas com neblina, devemos ligar os faróis dos carros. O objetivo é facilitar a identificação de nossa presença para outros carros. Basicamente, estamos melhorando a comunicação. 
  Da mesma forma, em uma situação de conflito, disputa, raiva, ou outro sentimento que tenta nos enganar, devemos procurar sinalizar da melhor forma possível o que estamos realmente sentindo. Muitos conflitos são gerados por falta de diálogo ou por maus entendidos. Em todos os casos, problemas poderiam ser resolvidos ou até evitados se houvesse uma conversa franca.
  Assim, quando estiver passando uma daquelas neblinas em sua mente, siga as orientações de trânsito. Tenha calma e aprenda a conversar. Assim, você evitará um acidente, como o fim de um relacionamento ou um constrangimento desnecessário.

 

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