Espere para amanhã

Carta. Foto: http://bigben2chobots.files.wordpress.com/2009/05/mail-envelop-t101781.jpg
  Por muitos séculos, a carta foi um dos principais meios de comunicação entre pessoas que moravam longe umas das outras. No começo, o sistema envolvia mensageiros particulares. Depois, desenvolveram-se os sistemas públicos de transporte de correspondências, como o caso dos Correios, no Brasil. Até poucas décadas, ela ainda era muito importante. 
  Décadas atrás, meu pai trabalhava para um certo fazendeiro. Este era boa pessoa. Em uma tarde qualquer, quase ao final do dia, chegou uma carta para ele. Mas, ele não abriu. Guardou em seu escritório. Meu pai estranhou tal atitude e, por curiosidade, perguntou a razão dele não ter lido imediatamente o tal documento. 
  O fazendeiro disse:
  - Do que adianta ler hoje? Se nela contiver algum problema para resolver, poderei fazer alguma coisa agora? Não adianta. Melhor deixar para eu ver amanhã de manhã.
  Aquele raciocínio, um tanto exótico, fazia muito sentido. Como sabemos, as cartas demoram dias, semanas ou até meses para chegar ao destinatário. Se alguém enviou alguma noticia ruim, um dia a mais ou a menos, já não faria muita diferença. 
  Mas, se ele fosse ler a carta e tivesse uma má notícia ou um problema em um local distante para resolver, do que adiantaria ele ficar estressado?E logo antes de dormir! Não, só causaria dor de cabeça, raiva ou tristeza. Deixar para amanhã de manhã, quando a mente está fresca e há um grande dia pela frente. Nesta caso sim poderia se resolver alguma coisa. Era essa a ideia desse sábio fazendeiro. Bem que poderíamos pensar assim também, não acha? 
  Ficamos em alguns momentos da vida tão preocupados com situações fora do nosso controle ou que não poderão ser resolvidas de imediato, que perdemos o sono, a alegria e a saúde. Sendo que ficar pensando nisso não leva a lugar algum. Podemos fazer como ele e deixar cada problema para seu dia. Um abacaxi de cada vez!



Alexandre Valério Ferreira


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