Reflexões marítmas

Mar. Foto: autor.

  Uma vez me mandaram um email interessante. Era sobre amizade e ressentimento. Fazia uma comparação interessante. Dizia que, assim como uma mensagem escrita na areia da praia não durava até a próxima onda cobrir e desfazer tudo, assim deveríamos armazenar os erros dos nossos amigos. Por outro lado, os acertos de nossos amigos deveriam ser inscritos como que na rocha, na qual dificilmente pode ser apagado.
  Realmente, esse conselho é bem válido. Porém, também é bem difícil de se aplicar. Costumamos fazer justamente o contrário. Guardamos ressentimentos por antigas falhas e, quando estamos num momento de fúria, trazemos todo o passado de volta. Reavivando antigas brigas e desgostos. É incrível que esses sentimentos ruins logo podem ter força de novo.
  Mas, como já dito, é bom jogar isso fora. Erros, todos cometemos. É inevitável. Como dizem, devemos saber por quem devemos nos decepcionar. Existem decepções que valem a pena ser perdoadas, como as de um grande amigo. Destruir uma amizade de longa data por pequenos erros não é usar o bom senso. Mas, também não é legal ser tolo e aceitar tudo que as pessoas fazem. Amigos cometem erros sem querer, não procuram meios de te magoar. 
  Quando o fazem, foi sem má intenção, foi por um momento, quem sabe. Armazenemos o que vale a pena. Já imaginou? Não temos centenas de anos de vida, passamos por dificuldades e nosso cérebro é limitado em armazenar informação. E ai, as vezes por orgulho ou vingança, armazenamos coisas ruins e que já não fazem diferença alguma! Não acha que é um grande desperdício de sofrimento, energia, tempo e memória? Pois é, eu também acho.



Alexandre Valério Ferreira


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