O Bibliotecário


Biblioteca. Fonte da Foto: http://deixadenerdice.files.wordpress.com/2011/11/biblioteca_01.jpg
  De uma coisa eu sempre soube: amo ler. Leio muito, desde pequeno. Aprendi rápido a ler. Qualquer livro que eu via, começava a folear. Assim, preferia livros de presente do que brinquedos. Amava brincar, mas gostava ainda mais aprender coisas novas com os livros que lia. Dessa forma, acabei trabalhando como bibliotecário.
  A biblioteca era pública.Tinha um bom acervo. O local era de bom tamanho, mas pequeno para uma cidade tão grande. Mas, também, visitantes eram poucos. Na verdade, estou sendo crítico, pois para os padrões locais, era considerável. Entretanto, para mim, acho que mais pessoas deveria ter desejo de ler e buscar informação aqui.
  A vida na biblioteca era tudo que eu queria. Passava o dia inteiro lendo, lendo, lendo. Digeria mais e mais livros. E ainda por cima ganhava dinheiro! Tem coisa melhor? Se bem que o salário não era dos melhores. Talvez se eu fosse um vendedor de cocos na praia, tivesse mais sucesso financeiro. Só que não é o que eu queria. Além do fato de eu ser péssimo para mandar nos outros, a não ser que estejam fazendo barulho no recinto ou rasgando os livros...Não existe nada melhor do que trabalhor com o que você gosta.
Eu lia de tudo. Livros de poesias, romances, ciências, economia, história, geografia e cultura. Acabei aprendendo inglês e espanhol. Chego a arranhar no alemão. Mas, admito que com o inglês as portas se abriram. Muitas obras, muitas mesmo, estão disponíveis neste idioma. E outra: nada melhor que ler um texto no idioma em que foi escrito!
  Gosto quando vejo crianças ou jovens na biblioteca. Nem tudo está na internet! Gosto muito de surfar na net; tem muita coisa interessante. Mas, também tem muito lixo. Afinal, ninguém analisa o que está escrito. Não existe um órgão que gerencia o conteúdo e dispõe notas sobre a qualidade do produto. Sim, isso por outro lado é uma vantagem, pois permite maior liberdade.
  Eu não sou retrógrado. Nem quero viver na época das máquinas de escrever. Elas eram chatas, não permitiam a gente errar...Mas, noto que o prazer de ler tranquilamente, sem ter aquela janelinha de redes sociais ou chats piscando, é algo sublime. Gosto da tranquilidade da biblioteca. Acho que todo mundo deveria dar uma passadinha aqui. Seriam bem vindos.


Alexandre Valério Ferreira





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