Quando Assisti Interstellar

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De Alexandre Valério Ferreira


  Já faz mais de um ano. Era um dia quente. Peguei um ônibus lotado. Quase desistia, pois estava em observação com o Holter. Exames de rotina. Ninguém queria ir comigo, por falta de tempo ou interesse. O pior é que era a última sessão daquela produção no cinema IMAX.
  Tive de ir. Não podia faltar. Muitos falavam bem de Interstellar. Então, segui para o maior shopping da cidade por volta de meio-dia. A sessão era de 13:20. Eu estava ansioso. Tive momentânea taquicardia. Isso foi contabilizado pelo equipamento cardíaco.
  Não importa. A sala, quase vazia, era gigantesca. A tela, fenomenal. Poucas pessoas. Silêncio. Espera. Ansiedade. Solidão? Não lembrei disso. Em outras ocasiões assisti filme sozinho. Nascemos sós e morremos da mesma forma, não é?
  Interstellar começa. É um estilo de filme muito diferente. Não dá para separar a parte da ficção científica e do drama. Admito que eu me emocionei em diversas cenas. O filme transcende ao comum. Ele nos faz sentir, pensar, refletir, sonhar, chorar, amar.
 A trilha sonora, produzida pelo grande Hans Zimmer, é de levar qualquer a emoção profunda. Tocante. As cenas estão maravilhosamente sincronizadas com a melodia. Não é para menos que até hoje ouço elas.

Foto: http://imagens.cinemacomrapadura.com.br/2014/09/20140918-interstellar-poster-2.jpg

  Assistir Interstellar foi uma experiência única. Veio em uma fase da minha vida que eu realmente precisava. Quando terminamos de assistir, a vontade que temos é de abraçar nossos pais e outros a quem amamos. É esquecer o supérfluo e se alegrar com o essencial. Sim, o filme é sobre a transcendência do amor.
  O longa-metragem é realmente longo. Os personagens foram, a meu ver, bem trabalhos. Tanto é que nós criamos uma simpatia forte com eles. Não dá para não se emocionar quando Cooper abraça sua filha, Murphy. É impossível não imaginar o que eles estão sentindo naquele momento.
  Junte tudo isso com o grande trabalho na produção de Interstellar. Dirigido por Cristopher Nolan, o mesmo de Batman: o cavaleiro das Trevas, a ficção foi muito bem desenvolvida. Foi preciso acessoria de físicos e um extenso trabalho computacional para simular o buraco negro que aparece nas cenas. 
  Alguns não gostaram do filme por achar muito confuso. E ele realmente é difícil de ser compreendido, principalmente, devido à relatividade do tempo. Termos como singularidade, multi dimensionalidade, espaço pentadimensional e tantos outros que aparecem são um tanto exóticos para a maioria de nós. Ainda que não sejamos fãs de ciência, dá para compreender e se emocionar com a essência do filme. Nunca me arrependi de tê-lo assistido.


 

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