As mil tonalidades

Pôr-do-sol, Fortaleza. Foto: autor.

De Alexandre Valério Ferreira  


  O céu é algo interessante. Grande parte do dia, ele permanece praticamente a mesma coisa. Geralmente, naquele tom de azul, com algumas nuvens ou poluição. E, de noite, vemos algumas estrelas e a Lua, que iluminam a vastidão do preto sobre nossas cabeças. Entretanto, entre o dia e a noite, as coisas são bem diferentes. 

  Parece uma guerra. A Lua quer ficar. O sono não quer desaparecer. Ah! se desse para adiar o relógio do Sol e pudéssemos dormir mais um pouco antes de ir para o colégio ou para o trabalho! Mas, é impossível. O Sol insiste em aparecer. Mas, sua persistência é recompensadora. 

   Quando nos trás de volta o amarelo, o Sol também pinta na atmosfera uma série de tonalidades de cores. É um espetáculo ver o nascer do sol. E quando está com belas formações de nuvens, o cenário fica ainda mais belo.

  Porém, o Sol não fica muito satisfeito. Não deu para pintar bem o céu. Não apareceu muito o vermelho e o laranja. É uma frustração. Mas, ainda tem jeito. Ainda há o pôr-do-sol. É, de manhã ele estava acordando, por isso sua obra de arte não foi completa. Mas, espere pelo final do dia e você verá o trabalho completo. Esse imenso quadro que nos cobre.

  O Sol é um artista. Pintou um belíssimo quadro. Quantas tonalidades! Cada dia é uma obra singular. Ele nunca faz do mesmo jeito. Nunca é a mesma figura. O pôr-do-sol é único  É magnífico! Dependendo de nossa posição geográfica, do relevo e do clima de onde você está, pode-se ter diversas impressões desse momento. 

  O Sol também é comediante. Sinto que seja um tanto exibido. Quer ser grande. Quer ser o melhor artista. Quando está indo embora, ele se desenha maior. Parece até que é o dobro do tamanho que tinha durante boa parte do dia. 
   Ele é esperto ao se aproveitar da ilusão de ótica. Mas, eu o perdoo. Pois, é um colírio para os olhos e um remédio para a mente. Bom é saber que amanhã será tudo do mesmo jeito e, ainda assim, será tudo diferente. Boa tarde!