Selva da Cidade
Andando pela Praça das Crianças, no Centro
de Fortaleza, encontrei esta cena engraçada. Era um senhor que trazia algumas
sobras de comida para alimentar tantos os pombos quanto os peixes da praça.
Estes já se aproximavam aos milhares na margem do lago. Quanto aos pombos, já
esperavam o momento certo para pegarem o seu sustento.
Em diversas praças e locais públicos, é
comum encontrar espécies de animais que sobrevivem de doações de moradores e
pessoas bondosas. Geralmente, são gatos ou cachorros esquecidos, que se
proliferam em meio a selva urbana. Mas, não são apenas eles que sobrevivem de
nossas migalhas. Os pardais, bem-te-vis e até urubus tem encontrado formas de
sobreviver com o nosso lixo. Em algumas cidades menores, no interior,
encontramos até porcos que habitam ruas e avenidas. Parecem que se adaptaram a
vida urbana.
Em tempos recentes, tem sido comum também
vermos algumas espécies de animais selvagens. A cidade não é seu habitat
natural, mas devido a destruição das matas no campo, alguns fogem para a nossa
selva de pedra. São gaviões, carcarás, marrecos, garças e outros que tentam
sobreviver em meio a prédios e rios poluídos. É evidente que isso não é
bom. Traz problemas, como ataques a humanos ou caça ilegal desses animais que,
no fundo, são vítimas da atitude humana predatória.
E como será amanhã? Não sei. Se continuar
esta destruição contínua das áreas verdes, tanto no campo como na cidade, é
inevitável a extinção de diversas espécies. Daí, só poderemos ver e ouvi-las
por meio de documentários.
Há uma tendência de condomínios e
loteamentos possuírem grandes áreas "verdes".
Entretanto, esses belos jardins costumam ser montados com espécies que não
produzem frutos (alimento para os animais) ou espécies de plantas de outras
regiões. Pode-se dizer que é um verde sem vida.
Alexandre Valério Ferreira
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