Reprisando o passado
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Você já assistiu o filme A ORIGEM (INCEPTION, em inglês), do diretor Christopher Nolan? Se ainda não, veja o trailer. Se você já viu, acredito que tenha gostado muito dessa produção. Uma história impressionante, ótimos efeitos especiais, excelente fotografia e trilhas sonoras maravilhosas, produzidas pelo conhecido Hans Zimmer.
A história tem como protagonista o complexo Dom Cobb (Leonardo DiCaprio), que junto com outros personagens, conseguem penetrar nos sonhos de pessoas. O objetivo é roubar informações. Entretanto, eles são obrigados a trabalhar para um poderoso empresário, Saito. Este deseja que os especialistas em sonhos implantem (daí o nome INCEPTION, inserção) uma ideia em Robert Fischer, filho do empresário inimigo dele. É uma tarefa muito complicada e é acentuada por um problema de Cobb: seu passado. Mal, sua esposa, que se matou, atormenta ele e o grupo no mundo dos sonhos.
Um dos membros do grupo, a arquiteta Ariadne, quer descobrir o que há com Cobb, o que ele esconde. Então, decidi entrar num sonho com ele, mas sem ele saber. Então, ela vê o que está realmente acontecendo com Cobb. Ao contrário do que ele mandou ela fazer, Cobb cria sonhos com memórias, lembranças do passado. Isso é perigoso, pois pode confundir o que é ou não real. Cobb tem um elevador e em cada andar possui uma memória viva. São momentos dos quais ele se arrepende, que lhe causam dor, mas que ele insiste em trancar e armazenar.
Para o final do filme, ele enfim vai notando o erro que cometeu. Era loucura ele guardar aquelas lembranças, trancadas em sua mente e revividas constantemente. Do que adiantava? Não havia o que mudar. Por mais que se arrependesse, não seria possível reverter. Poderia sonhar com uma mudança, mas não passaria de uma ilusão. O que ele procurava obter ao armazenar as tristes memórias era mera ilusão. Não adiantava de nada. Só lhe trancava para o futuro.
Não pude deixar de tirar uma lição disso. Parece algo simples, óbvio. Quem não sabe que não dá para mudar o passado? Claro. Mas, uma coisa é saber que não dá, outra coisa é deixar de fazer isso. Como no caso do personagem Cobb, parece que gostamos de armazenar memórias ruins e revivê-las, querendo ou não. Então, pode vir um dor emocional forte, um terrível arrependimento ou sentimento de culpa. Algo que não fez, alguém que perdeu, algo que disse, alguém que magoou, etc. Tudo isso vem a mente de nós de vez em quando.
Alguns, acabam cedendo e fazendo como o protagonista: criando uma caixinha de memórias de coisas que queria ter mudado. Mas, não podemos fazer isso. Não trás benefícios. Não adianta. Só aumenta a insatisfação e diminui a força de enfrentar problemas similares no futuro. Não deixe que o seu passado tranque as portas do seu futuro. Use o passado com aprendizado. Só isso. Como diz um velho e útil ditado: não adianta chorar o leite derramado.
Alexandre Valério Ferreira
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