Beira do mar
Era o sétimo andar. E, como de costume, eu ia para a varanda observar o movimento. Eu sei, eu sei. Não tenho o que fazer, né? Mas, se estou de folga, não vou ficar perdendo tempo assistindo TV (eca) ou horas a fio nas redes sociais na internet... Prefiro olhar a vida, pensar, sei lá. O vento bate forte. Daqui a pouco fico careca.
Ao longo do calçadão da praia de Iracema, vemos de tudo. Muitos patinadores e skatistas. A maioria são amadores. Como sei disso? Pelas inúmeras quedas que levam. Existe os incansáveis gordinhos, que fazem mais e mais exercícios, mas não emagrecem. Bem, a praia é paradoxal: oferece local para se exercitar, mas está rodeada de pizzarias, restaurantes e lanchonetes para nos engordar.
Mas, o momento do dia que mais gosto é o anoitecer. Existe um momento, quando o sol está quase escondido no horizonte, mas ainda ilumina o céu, que as luzes da cidade ainda não acendem. Demora-se alguns instantes para os foto sensores acionarem a iluminação pública e nos cegar para o céu estrelado acima de nós. Nesse breve instante, parece que não existe eletricidade, a cidade dá uma rápida aparência de calmaria. Até que as luzes nascem de todos os cantos e buracos. É cômico.
Alexandre Valério Ferreira
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