Diário da Zebra de Pelúcia
Zebra de pelúcia. Fonte da foto: Autor. |
De Alexandre Valério Ferreira
Eram 7:00 a.m. Os empregados chegam. Começam a limpar a loja, organizam os produtos, incluindo alguns dos brinquedos de pelúcia que estavam caídos no chão. Tudo pronto. Então, às 8:00 em ponto, o local é aberto para o público. Aos poucos, o fluxo vai crescendo. Dependendo do dia e do horário, pode ser que exista mais gente do que produtos aqui.
Eu sou uma zebra. Claro, não sou de verdade. Eu não vivo em savanas africanas. Na verdade, aqui também até que se parece com uma selva. Só o mais forte (com mais dinheiro), se dá melhor. Além disso, quando o produto é escasso, o que chegar primeiro (ou seja, o mais veloz) é o que vai ter esse bem. Eu vivo aqui no setor dos brinquedos.A disputa interna por atenção é grande.
Antigamente, toda criança gostava de brinquedos. Entretanto, o movimento aqui diminuiu. Somente crianças pequenas, com menos de 5 anos, que aparecem com mais frequência. E, até estas parecem que estão ficando escassas e mudando os gostos. Estão querendo virar adultos antes da hora. Vai entender...?
Assim, para a gente ser comprado fica difícil. Competição é acirrada. Tem sempre aqueles brinquedos chatos e brilhosos. Não gosto dos chineses. Não, não é preconceito. Mas, por alguma razão que ainda desconheço, eles estão presentes em maior escala e parecem ser mais baratos. Tenho raiva deles. Estou com medo de "ficar para titia", ou melhor, para a liquidação.
E, para ficar mais difícil, eu sou uma ZEBRA. É, sou até fofinho, felpudo, mas, sabe como é, meu nome tem má conotação. Os humanos dizem "deu zebra" quando alguma coisa não dá certo. Não entendo esse preconceito contra minha espécie. Que tem a ver zebra com problema? Humanos são criaturas complicadas. Os mais complexos são aqueles indivíduos que vem aqui no setor dos pelúcios, aperta todos, beija alguns, joga no ar outros e, no final, não leva nenhum. Que coisa mais estranha...(só podia ser pobre).
Vou ser sincero com vocês. Mas, por favor, não contem para ninguém! A verdade é que não gosto muito de crianças. Eu sei, eu sei. Você deve estar me achando um monstro ou louco. Não é isso! Elas são legais, mas maltratam a gente. Já vi um bebê mastigar um grande amigo meu e posso dizer com toda sinceridade: as cenas são de cortar o coração. É aterrador! Tenho trauma até hoje!
Então, meu caro amigo leitor, se você é uma pessoa bondosa, misericordiosa e, além disso, tem dinheiro e é cuidadoso com os objetos que possui, poderia fazer o favor de vir aqui na loja e me comprar? Ah, se você gosta de viajar, POR FAVOR, venha depressa! Amo viajar, principalmente de avião. Se não for pedir muito, compre-me nesta semana, pois acho que na semana seguinte é promoção. Ai, você sabe, não é? É uma multidão de gente, massacre, uma verdadeira carnificina. Poucos sobrevivem. Exagerei, eu sei. De qualquer forma, o convite está feito.
Grato pela compreensão,
Zebra
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eeee coisinha...gostei do blog legal..>< bjus josii
ResponderExcluirObrigado!
Excluirpoxa vida amei seu texto do "Diário da Zebra de Pelúcia", muito criativo... blog muito interessante e intrutivo... Continue assim Alexandre Valério, é difícil achar blogs que realmente valem a pena se olhar com calma e se ler os textos postados... Gostei mesmo! Parabéns!!!
ResponderExcluirMuito obrigado! Fico muito feliz quando alguem gosta dos meus textos e ainda mais quando fico sabendo disso. Espero que continue visitando meu blog.
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