Caiaque


  O caiaque trepidava levemente. O lago movia-se calmamente, sem pressa de ir embora. Os remos estavam quietos, assim como eu. Não tinha interesse de sair de onde eu estava. Não precisava. Só bastava ouvir a natureza. O dia estava perfeito.
   O som dos pássaros acalmavam minha mente. Aquela brisa úmida resfriava meu corpo. O som da mata que circundava aquele lago trazia uma enorme paz interior. O barulho da água tocando o caiaque era tranquilizador. Poderia passar o dia todo ali, se eu pudesse.
   Como se não fosse suficientemente bom, ainda choveu! O lago, de calmo e silencioso, passou a ser pontilhado de minúsculas ondas e um barulho que não desagradava ninguém. Eu estava me molhando todo. Poderia até ficar doente. Mas, valia a pena arriscar um resfriado.
   Antes eu tinha medo de rios e lagos. Achava desagradável a ideia de ter viajar de navio ou barco. Quanto mais uma frágil canoa ou um pequeno caiaque? Teria horror só de pensar. Mas, tudo muda: o clima, as nuvens, as estações. Por que não a gente também?


Alexandre Valério Ferreira






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