Diário de uma lanchonete

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  Sabe, meus dias são cansativos. Digo isso por pelo menos dois motivos. Primeiro, é que trabalho 16 horas por dia, das 6:00 às 22:00 horas. Segundo, é um trabalho sem intervalos, pois há clientes todo instante. Não é brincadeira. Se duvidar de mim, convido você a visitar um dos terminais de ônibus de minha cidade. 
  O dia começa cedo para mim. De madrugada, as mercadorias chegam, prontos para tentarem ser consumidos durante todo um dia . Elas incluem salgados, biscoitos, bombons, sucos e etc. Tudo nas prateleiras. Tudo a vista tentando chamar a atenção do viajante, do faminto passageiro.
  Quanto aos passageiros... tenho pena deles. São manipulados. Digo isso por pelo menos dois motivos. Primeiro, as paradas ficam próximos às lanchonetes, incluindo a mim. Então, promovemos a tentação. 
  Os que estão de regime são os que sofrem mais. Aqui e acolá aparece aquela frase: "Vou comer hoje, mas segunda-feira começo o regime". Quantas vezes vemos a mesma pessoa fazer essa mesma promessa? Não dá nem para contar.
  Segundo, os ônibus demoram bastante, especialmente nos horários de pouco movimento, quando a frota de veículos diminuem. Já nos horários de pico, quando o fluxo de pessoas é intenso, os ônibus demoram a chegar. 
  Na verdade, as pessoas sempre vão estar estressadas e esperando por horas a fio alguma linha chegar. Assim, sempre vai ter alguém olhando para a comida. E a tentação prolongada costuma resultar em vendas. E é assim que vou levando a vida.


Alexandre Valério Ferreira




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