Diário de um Carente de Video Games
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NUNCA tive nenhuma plataforma de games em casa. Meus pais tinham um desprezo imenso por essa "engenhoca do mau". Do ponto de vista deles - e não posso negar que estavam certos - os video games faziam dos jovens seres preguiçosos e desinteressados pelos estudos. Nunca me perguntaram o que eu achava sobre.
Mas, sei que eles estavam certos, pelo menos para o meu caso. Quando, por milagre da vida, eu conseguia um Super Nitendo ou um SEGA emprestado, dizia adeus à vida social. Para compensar a minha carência, gastava o dia inteiro de frente para a TV com esses consoles. Não parava nem mesmo para comer. No final do dia, meus dedos ficavam roxos de tanto utilizar o controle.
Certa vez, um amigo me emprestou o Super Nitendo com cartuchos de jogos do Mickey. Foram 3 dias jogando sem parar. Felizmente, ninguém da família curtia muito ver novelas (muito menos as da Globo). Portanto, não sofríamos concorrência nenhuma. A TV era nossa!
Joguei muito Top Gear, Bomberman, Power Piggs (este era especialmente engraçado) e, claro, o famigerado SUPER MARIO WORLD. Tragicamente, nunca cheguei à final de nenhum deles. Primeiro, porque minha coordenação motora não era das melhores. Segundo, eu não tinha muito tempo, pois o console era emprestado.
A salvação veio com os emuladores de video games para os computadores. Foi em 2004 que desperdicei horas a fio com os mais variados games do Super Nitendo. Melhor ainda: eu podia salvá-los! Foram tempos únicos, mesmo com um atraso de quase 20 anos em relação ao lançamento dos games.
Enquanto eu não tinha computador - pois era item de luxo - visitava colegas para alimentar meu vício. Joguei muito com emuladores de Game Boy com eles. É evidente que era rodando os games de RPG do POKEMON. Quem não sonhava ser como o Ash? Ter o Pikachu, Charizad, Squirtle, Bubassauro, Pidgeot, entre outros. Já imaginou capturar o Mew ou o Dragonait? Era massa demais!
RPGs me conquistaram muito depressa. A grande jogada deles era o elevado grau de liberdade que os personagens tinham. Podíamos escolher diversos itens, percorrer caminhos próprios e criar vínculos com outros personagens do game. Não ficávamos limitados com os outros jogos de plataforma, como Mario.
Hoje em dia, já não gasto muito tempo com video games. Apesar disso, ainda gosto bastante de perder horas a fio com eles. A rotina da vida adulta nos limita. Não nos contentamos apenas com aquela realidade eletrônica. Crescemos e necessitamos de alvos e contato real. Ainda assim, aqueles games tem uma marca na minha história e de muitos outros.
De Alexandre Valério Ferreira
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