Singularidade
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POR que desejamos tanto a singularidade? Qual a finalidade dessa vontade de sermos únicos? Afinal, o que exatamente significa sermos ímpares? Será que não vemos outro caminho além de uma luta constante por atenção e valorização?
É complicado explicar o tema e não sou eu quem vai fornecer uma resposta definitiva. Apenas desejarei explanar o tema e acrescentar novos ângulos à análise dessa questão. Tema este que é muito presente em vista das redes sociais e da TV.
O fato é que todos somos singulares. Não tem como negar isso. Cada um de nós é o somatório de fatores genéticos, sociais, educacionais, culturais, morais, químicos, emocionais e ambientais. É impossível que a mesma soma de fatores ocorram da mesma forma e gerem os mesmos resultados psicológicos e fisiológicos em alguém. Portanto, não tem como alguém ser idêntico a nós. Mesmo um clone é diferente de seu original.
Se já é garantido nossa singularidade, então por que lutamos tanto por ela? Não é por ela que lutamos. Na verdade, procuramos o destaque, a atenção, a valorização e o respeito dos outros. Fomos ensinados que determinados fatores são necessários para obter esses benefícios sociais. Entre eles, estão o dinheiro e o sucesso profissional. Sem eles, não somos destacados.
Além disso, os meios de comunicação geraram uma impressão de que apenas os que são famosos realmente são destaques e, por isso que estão lá na mídia. Afinal, não é qualquer Zé Ninguém que vai aparecer na TV, não é? É? E quem julga o que é uma figura de destaque ou não? Eu? A sociedade? O governo? Os diretores de emissoras de televisão?
São eles singulares? Especiais? Muito depende de quem os fez tais. Edgar Moran chama essas figuras de olimpianos, fazendo uma referência à mitologia grega, onde personagens eram endeusados e adorados por muitos. Os famosos, as estrelas, os bem-sucedidos são uma construção social. Seu valor é imposto em alguns momentos. Se tornam deuses da sociedade moderna.
Também fomos educados a como atuar. Nossos papeis sociais devem revelar nosso status. Quem vemos uma pessoa bem arrumada, de terno caro, tendemos a presumir muitas coisas positivas sobre aquela pessoa. O mesmo não vai ocorrer ao vermos alguém vestido de trajes simples. Fomos ensinados, conscientemente ou não, que as coisas sempre são desse jeito.
Outro fator envolvido é nosso amadurecimento. Quando crianças, desejamos atenção. Primeiramente dos nossos pais e, depois, de outros também. Para um recém-nascido, é algo esperado, pois nossa própria vida depende totalmente da atenção que nossos pais nos dão. Porém, com o tempo, podemos nos acostumar com essa condição e imaginarmos que somos o centro-do-universo, por assim dizer. Em outras palavras, achamos que somos singulares, únicos, e, por isso, deveríamos ser tratados de uma forma melhor do que os outros.
Evidentemente, o mundo real não funciona dessa maneira. Alguns demoram muito a entender isso e gastam a vida querendo obter destaque. No fundo, este é um pensamento primitivo. Acreditamos que sem a atenção dos outros, nossa existência está em risco. E ninguém quer estar em tal condição. Desejamos viver.
Então, a busca por singularidade e popularidade é uma atitude de mentes em estado infantilizado? Em muitos aspectos, podemos dizer que sim. Claro que não é uma regra e existem casos e casos. Porém, de forma geral, esse fator predomina sobre os outros. Como já dito, somos um somatório de diversos fenômenos que ocorrem ao mesmo tempo em nossas vidas e que nos fazem ser o que somos.
É evidente que desejamos atenção dos outros. Quero deixar bem claro isso. Quem, em bom juízo, ficaria feliz com pessoas lhe dando pouca ou nenhuma atenção? Ninguém. Somos seres sociais. Não existimos sozinhos. Precisamos de amigos, amores, colegas. Mas, em alguns casos, nossa busca pode perder o verdadeiro objetivo ou se basear em desejos infantis.
Portanto, a conclusão que chego é que a questão da singularidade é muito complexa. Ela depende de quem a define e com que objetivo a faz. Ela é, portanto, relativa aos olhares de quem a julga. No fundo, a tentativa de termos grande atenção é uma forma primitiva de sobrevivência.
É complicado explicar o tema e não sou eu quem vai fornecer uma resposta definitiva. Apenas desejarei explanar o tema e acrescentar novos ângulos à análise dessa questão. Tema este que é muito presente em vista das redes sociais e da TV.
O fato é que todos somos singulares. Não tem como negar isso. Cada um de nós é o somatório de fatores genéticos, sociais, educacionais, culturais, morais, químicos, emocionais e ambientais. É impossível que a mesma soma de fatores ocorram da mesma forma e gerem os mesmos resultados psicológicos e fisiológicos em alguém. Portanto, não tem como alguém ser idêntico a nós. Mesmo um clone é diferente de seu original.
Se já é garantido nossa singularidade, então por que lutamos tanto por ela? Não é por ela que lutamos. Na verdade, procuramos o destaque, a atenção, a valorização e o respeito dos outros. Fomos ensinados que determinados fatores são necessários para obter esses benefícios sociais. Entre eles, estão o dinheiro e o sucesso profissional. Sem eles, não somos destacados.
Além disso, os meios de comunicação geraram uma impressão de que apenas os que são famosos realmente são destaques e, por isso que estão lá na mídia. Afinal, não é qualquer Zé Ninguém que vai aparecer na TV, não é? É? E quem julga o que é uma figura de destaque ou não? Eu? A sociedade? O governo? Os diretores de emissoras de televisão?
São eles singulares? Especiais? Muito depende de quem os fez tais. Edgar Moran chama essas figuras de olimpianos, fazendo uma referência à mitologia grega, onde personagens eram endeusados e adorados por muitos. Os famosos, as estrelas, os bem-sucedidos são uma construção social. Seu valor é imposto em alguns momentos. Se tornam deuses da sociedade moderna.
Também fomos educados a como atuar. Nossos papeis sociais devem revelar nosso status. Quem vemos uma pessoa bem arrumada, de terno caro, tendemos a presumir muitas coisas positivas sobre aquela pessoa. O mesmo não vai ocorrer ao vermos alguém vestido de trajes simples. Fomos ensinados, conscientemente ou não, que as coisas sempre são desse jeito.
Outro fator envolvido é nosso amadurecimento. Quando crianças, desejamos atenção. Primeiramente dos nossos pais e, depois, de outros também. Para um recém-nascido, é algo esperado, pois nossa própria vida depende totalmente da atenção que nossos pais nos dão. Porém, com o tempo, podemos nos acostumar com essa condição e imaginarmos que somos o centro-do-universo, por assim dizer. Em outras palavras, achamos que somos singulares, únicos, e, por isso, deveríamos ser tratados de uma forma melhor do que os outros.
Evidentemente, o mundo real não funciona dessa maneira. Alguns demoram muito a entender isso e gastam a vida querendo obter destaque. No fundo, este é um pensamento primitivo. Acreditamos que sem a atenção dos outros, nossa existência está em risco. E ninguém quer estar em tal condição. Desejamos viver.
Então, a busca por singularidade e popularidade é uma atitude de mentes em estado infantilizado? Em muitos aspectos, podemos dizer que sim. Claro que não é uma regra e existem casos e casos. Porém, de forma geral, esse fator predomina sobre os outros. Como já dito, somos um somatório de diversos fenômenos que ocorrem ao mesmo tempo em nossas vidas e que nos fazem ser o que somos.
É evidente que desejamos atenção dos outros. Quero deixar bem claro isso. Quem, em bom juízo, ficaria feliz com pessoas lhe dando pouca ou nenhuma atenção? Ninguém. Somos seres sociais. Não existimos sozinhos. Precisamos de amigos, amores, colegas. Mas, em alguns casos, nossa busca pode perder o verdadeiro objetivo ou se basear em desejos infantis.
Portanto, a conclusão que chego é que a questão da singularidade é muito complexa. Ela depende de quem a define e com que objetivo a faz. Ela é, portanto, relativa aos olhares de quem a julga. No fundo, a tentativa de termos grande atenção é uma forma primitiva de sobrevivência.
De Alexandre Valério Ferreira
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