Olhando o passado

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De Alexandre Valério Ferreira

  Estava de férias. Aproveitamos para ir à praia a noite. A região era isolada e, por isso, tinha pouca interferência da iluminação humana. Assim, era possível enxergar melhor as estrelas. O cenário era espetacular.
  Não sei se é porque moro na cidade ou porque realmente amo ciência, mas me divirto muito ao observar as estrelas. Aquele céu pontilhado. Aquele caminho branco formado pela via láctea. As estrelas cadentes que a todo momento chuviscavam a escuridão.
  Às vezes esquecemos de como o universo é frio e perigoso. Alguns pensam tanto em ir para outros planetas. Mas se esquecem que já estamos viajando no espaço. Já temos a nossa nave-mãe: a Terra.
  Certo dia vi um documentário acerca dessa visão global (Overview). Muitos astronautas passam a ter esse novo ângulo. Afinal, ao sair da Terra é que se observa o quão maravilhosa ela é. Dinâmica, cíclica, viva. Simplesmente uma jóia no meio do universo.
  Enquanto contemplávamos o universo da nossa pequena janela ocular, destaquei uma curiosidade para meus amigos. Disse para eles que estávamos olhando para o passado. A princípio, eles não entenderam. Então, expliquei.
  Muitas das estrelas estão a distâncias colossais daqui. Até o sol é bem distante da Terra (149 milhões de quilômetros). Assim, a luz dessas estrelas percorrem durante anos e anos até alcançar a Terra. Algumas dessas estrelas estão a bilhões de anos-luz daqui do nosso planeta. Na verdade, estamos apenas observando a luz emitida por elas a bilhões de anos atrás. De repente, algumas delas nem existem mais.
  Não é para menos que o céu é escuro a noite. É como aquelas luzes de natal: algumas estão acesas e outras apagadas. A luz de algumas estrelas alcançaram a Terra, enquanto outras, não. Talvez enxerguemos algumas estrelas só daqui a milhares de anos. Outras, já deixaram de existir.
  Isso tudo é espantoso e divertido, ao mesmo tempo. É bom de vez em quando lembrar o qual pequenos somos em relação a esse universo gigantesco ao nosso redor. Somos apenas um grãozinho no espaço sideral.






 

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