Deletando
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De Alexandre Valério Ferreira
Existem momentos que é bom esquecer. De repente, aquilo que tinha tanto valor, já não tem mais significância. Por isso, decidi olhar meus álbuns de fotografias e decidir o que deixar e o que deletar. Foi uma decisão difícil, mas necessária.
A vida é feita de mudanças. Descobrir isso é fácil. Aceitar é que é difícil. Porém, enfim me convenci que não poderia mudar o passado. Deveria aceitá-lo, não com arrependimento paralisante, mas como uma fase do meu aprendizado de vida.
Passando ano por ano, álbum por álbum, foto por foto, percebi algumas coisas. Notei que alguns momentos de minha vida, outrora considerados tão especiais por mim, agora não tinham tanto valor. Em alguns casos, até me faziam sentir tristeza.
Certos amigos de longa data, hoje são estranhos. Às vezes, isso me desanima. Será que o erro foi meu? Nem sempre. Fiz minha parte. Se não fiz , hoje seria diferente... Por outro lado, certos tipos de pessoas fizeram o favor de sumir e hoje sou grato por isso.
Engraçado são aquelas pessoas que, aos poucos, vão se tornando essenciais para nossas vidas. Nem lembro de como algumas amizades se iniciaram. De repente, se tornaram nossos amigos e ponto final. Foi assim.
Pensando bem sobre o que eu pretendia fazer, acabei desistindo de apagar a maioria. Eu estava melancólico e irritado. Não estava raciocinando direito. Claro que algumas lembranças merecem ser excluídas, mas eu pensei muito antes de fazer isso.
Deletei aquilo que não fazia a mínima diferente, aqueles momentos completamente desnecessários. E, no caso de amigos que viraram estranhos, deixei algumas, pois, afinal, o mundo dá muitas voltas. De repente, eu me reaproximo de alguns.
E aqueles momentos românticos? Deveria deletar. Em alguns casos, sim. Se causa muita dor e a pessoa o decepcionou profundamente, pra que sofrer mais com lembranças inúteis? Se não, qual o problema de manter a foto daquele pessoa que, em algum momento foi especial, mas que não se tornou mais que um amigo?
Relembrar é viver. Esquecer o passado é correr o risco de cometer os mesmos erros. Errar faz parte da vida. Tudo pode se tornar aprendizado, se você for capaz de analisar bem. Então, da próxima vez que decidir realizar uma faxina nas suas fotografias antigas, espere ficar calmo. Não haja pela emoção. Seja racional!
É isso aí, algumas coisas acontecem rápido demais, tão rápido que nem entendemos direito... E no final, descobrimos que não era bem aquilo que pensamos que seria. A gente pode se colocar no lugar do outro pra tentar entender o que aconteceu. Muitas vezes a culpa não é nossa, nem da outra pessoa, simplesmente ninguém teve culpa. Não era pra ser.
ResponderExcluirExato. Às vezes não era culpa de ninguém, mas o estrago está feito. O que resta, em alguns casos, é seguir a vida. Ir para frente!
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