Diário da Imaginação
Imaginação. Foto: http://mesquita.blog.br/arte-%E2%80%93-pinturas-%E2%80%93-salvador-dali |
Ele parecia completamente inerte em uma outra realidade. Estava tão envolvido em seus pensamentos, que nem prestara atenção que o observávamos e conversávamos sobre ele e sua imaginação.
Era meu primo. Tinha uns 8 anos. Amava carros e super-heróis. E também gostava muito de brincar. E, como toda boa criança, tinha uma imaginação muito fértil. Engraçado era ver ela em prática. Comecei a ponderar sobre o que ele e os adultos que o observavam estavam pensando.
Para os adultos: Uma dúzia de carrinhos de ferro. Algumas peças de Lego. Algumas miniaturas de animais e super-heróis. Além de um boneco bizarro de cor verde claro, proveniente da China. Talvez valesse R$ 10,00.
Para o menino: Uma rodovia super movimentada, com milhares de carros. Arranha-céus colossais e enormes casarões. Fazendas a perder de vista, zoológico e uma floresta densa. Um monstro gigante que soltava raios laser e tinha uma voz assustadora.
Para os adultos: carrinhos jogados para os lados (arranhando eles). Boneco bizarro batendo de frente com bonecos de super-heróis. Barulhos estranhos do menino, tais como CABUM!, POU!, SPLAFT!, entre outros.
Para o menino: O terrível monstro atacava a grande cidade. Carros são arremessados e explodem. Super-heróis lutam contra o terrível monstro. Raios laser, misseis, pedras arremessadas, explosões gigantescas, destruição e caos acontecem até a vitorio dos mocinhos. A cidade e, por extensão, toda a Terra estavam salvos novamente!
Era realmente engraçado. Triste é ver que essa infância anda se perdendo, que as crianças de hoje preferem em geral ficar de frente para um dispositivo eletrônico do que se divertindo de verdade.
Alexandre Valério Ferreira
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