Parque de Diversões

Parque de diversões. Foto: autor.
  A vida parecia um imenso parque de diversões. Só não costumava ser muito divertida, sem querer ofender. Bem, talvez você já me enxergue como um pessimista teimoso estraga prazeres. Mas, adianto logo que não sou.
  Só estou dizendo que meu dia era um parque de diversões. Não gosto de parque de diversões. Eu não costumo me divertir neles. Geralmente, tenho é medo e raiva. Talvez mais medo que raiva. Acho que tenho ânsia de vomito também. 
  Continuando, todos os dias tenho que pegar uma montanha russa para o trabalho. Os ônibus daqui andam rápido e fazem curvas tão acentuadas que nem Newton explica. Sem contar com as subidas e decidas mortais. Um frio da barriga terrível (não devido à inclinação da pista, mas ao risco de acidentes mesmo...)
  E, neste caso, é pior, pois não há cintos de segurança. Além disso, precisamos de força física para não sermos arremessados nas curvas acentuadas ou nas [costumeiras] freadas abruptas!
  Nem comentei sobre a Casa dos Horrores. Nela, temos os sustos com as contas do mês, os potenciais assaltantes da esquina e os motoristas assassinos. Perigos a todo instante. Se não bastasse tudo isso, ainda há os vendedores insistentes querendo que a gente se afogue em dívidas.
  O jogo dos carrinhos bate-bate é diário e, pelo visto, viciante. Todo dia tem uma batida e não costuma ser engraçada (na verdade, nunca é... ). Eu me pergunto para quê criarem esses carros com tantas marchas para motoristas cuja mente só está engatada na marcha-ré. Vai entender?



Alexandre Valério Ferreira



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