Diário do gato Wilson
Gato. Foto: Daniela Silva. |
Wilson era um gato diferente. A começar, seu nome não era nada comum, nem para pessoas, muito menos para animais de estimação. Os porquês desse nome eram diversas, mas nenhuma destes eram lógicos.
Sua dona não podia reclamar do nome do gato, pois o seu era uma aberração do português. Era tão estranho que mais se parecia com nome científico de animais. Nunca nenhum professor seu acertou o nome na hora da chamada de presença escolar.
Wilson era diferente. Não era preguiçoso. Dormia pouco. Tirando essas boas qualidades, o pobre felino era um tanto burro. Tinha uma preguiça crônica de aprendizado. O caso era tão sério que um certo dia, quando foi atropelado e sobreviveu, ele contou quantas vidas ainda lhe restavam.
- Sete menos 1 ... é ... igual a 16... Será? Acho que sim. - calculou ele. Assim, nesse dia, sua expectativa de vida "aumentou" alguns anos.
Wilson não comia ração de gato, mas sim as de cachorro. Nunca entendi porque. Talvez achasse o gosto melhor ou fosse o fato de ele não saber ler. Ou, quem sabe, fosse porque sua dona sempre tivesse sonhado ter um cachorro, mas nunca foi permitido. Aceitar a realidade era uma das fraquezas dela.
Wilson passava horas e horas olhando pela janela. Pensava na vida. Como assim? Pensava em por que as pessoas não tinham o privilégio de conhecê-lo. Isso, segundo ele, era uma tremenda injustiça social... Social... ele sempre fala assim, como se fosse um pensador, um filósofo animal.
Wilson era feliz. Não sabia calcular, mas sabia fazer amigos. Nem todo mundo sabe fazer amizade. Mas Wilson era um gato legal. Só não sabia contar. Ele só tinha 5 amigos, mas, segundo ele, eram mais 100. Nunca entendi porque ele mentia. Talvez fosse verdade.
Alexandre Valério Ferreira
Sua dona não podia reclamar do nome do gato, pois o seu era uma aberração do português. Era tão estranho que mais se parecia com nome científico de animais. Nunca nenhum professor seu acertou o nome na hora da chamada de presença escolar.
Wilson era diferente. Não era preguiçoso. Dormia pouco. Tirando essas boas qualidades, o pobre felino era um tanto burro. Tinha uma preguiça crônica de aprendizado. O caso era tão sério que um certo dia, quando foi atropelado e sobreviveu, ele contou quantas vidas ainda lhe restavam.
- Sete menos 1 ... é ... igual a 16... Será? Acho que sim. - calculou ele. Assim, nesse dia, sua expectativa de vida "aumentou" alguns anos.
Wilson não comia ração de gato, mas sim as de cachorro. Nunca entendi porque. Talvez achasse o gosto melhor ou fosse o fato de ele não saber ler. Ou, quem sabe, fosse porque sua dona sempre tivesse sonhado ter um cachorro, mas nunca foi permitido. Aceitar a realidade era uma das fraquezas dela.
Wilson passava horas e horas olhando pela janela. Pensava na vida. Como assim? Pensava em por que as pessoas não tinham o privilégio de conhecê-lo. Isso, segundo ele, era uma tremenda injustiça social... Social... ele sempre fala assim, como se fosse um pensador, um filósofo animal.
Wilson era feliz. Não sabia calcular, mas sabia fazer amigos. Nem todo mundo sabe fazer amizade. Mas Wilson era um gato legal. Só não sabia contar. Ele só tinha 5 amigos, mas, segundo ele, eram mais 100. Nunca entendi porque ele mentia. Talvez fosse verdade.
Alexandre Valério Ferreira
Comentários
Postar um comentário
Gostaram? Aproveite e comente o que achou do texto. Compartilhe sua opinião.